Triste pássaro, o coração
Vão-se os dias com dores e pesares,
Fenecendo sonhos em meu fadário.
Triste pássaro nas tardes a piares,
Meu coração, no peito, solitário.
Emsombrece como noites sem luares,
Verdejantes prados em teu sudário...
Vendo as horas lentamente a passares,
No silêncio eternal do seu calvário.
Segues na solitude a rezares,
Antigas as orações d'um hinário,
Segue vós calado a desfolhares...
Negras essas dores em teu fadário,
Triste pássaro nas tardes a piares,
O coração, no peito, solitário.