Vida

Poema frígido e disforme,

Poesia atra e velada,

Em nevroses sem nume,

No ósculo da agrura olvidada.

Ensejo de um ocaso tetérrimo,

Mortalha ulterior da noite sem luar,

Amofino átimo silente e ermo,

Debalde e torpe passado no rememorar.

Ingente padecer n ' alma, em negrume,

Epílogo do existir sem lume,

Laudas rasgadas do tomo da existência.

Rebotalho de versos e estrofes esmaecidos,

Anseios e dolências no tempo inumados,

Findar do opúsculo da deletéria matéria que silencia.

Em XX de março de MMXX. E. V.

Dies veneris.

Marvyn Castilho
Enviado por Marvyn Castilho em 10/04/2020
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