Entrelinhas

Ah! Nessas épocas de quase nunca falar

Que tudo é teclado, digitado, de pronto

Quando sentimento tenta se expressar

Nem sempre as palavras saem no ponto

Como desnudar entrelinhas indigitadas

Encarando sem jeito uma frígida tela

Hipóteses mil são refletidas, pensadas

E, oxalá que não seja nenhuma delas!

Inúmeras as vezes que deixaste de teclar

Na esperança do sentir não mais existir

Mas quase sempre, dúvida permanecerá

A prisão das palavras nos dedos faz calar

A insegurança deforma o ato de exprimir

Tantos carinhos e amores ficam por revelar

Adriany Cristine