PARA TRÁS

Os séculos atravessa, mas

- de coração arquejando em ânsia,

rogando os ares, à mendicância -

em retrocesso, retorno, atrás.

O céu o encara, de olhar minaz,

na infinitude do mar distância,

que o leva, esfíngico, à escura estância

do que se enada no vão voraz.

Esbofeteiam-se as ondas cobras,

jogando a escuma de suas sobras

em seu vazio de tanto ser.

Ai, aflição de esperar o vento

amplificar o distanciamento

do novo, próximo amanhecer.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 15/04/2020
Código do texto: T6918128
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