O Sino

Tristonho sino que a noite cobre,

Na torre erma silente a envelhecer...

Na catedral d'alma seu velho dobre,

Ainda oiço plangeres no entardecer.

Velho sino que me viste ir sozinho,

No meu peito levavas eu calado...

Sonhos que doiraram o meu caminho,

Distantes os ecos do meu passado.

Olvidando mágoas foram deixadas

Dores minhas, ó árias lacrimosas,

Para trás como rosas desfolhadas.

Ai, recordações da tarde em seu fim,

Caindo lentas as sombras langorosas

Nas flóreas alamedas deste jardim.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 15/04/2020
Reeditado em 22/07/2020
Código do texto: T6918249
Classificação de conteúdo: seguro