OS DOIS (republicação)

Churrasco, cervejas, sinceros amigos...

O moço de amenos recebe as visitas;

celebram a festa sem joios, só trigos,

parceiros felizes, de caras bonitas.

Remédios e sondas e soros e ardores...

O moço de azedos recebe agulhadas,

amarga sozinho o engessar-se em langores

no frio hospital, preso a portas trancadas...

Momentos distintos de duas pessoas

(lamento e abandono, homenagens e loas)

colorem a vida em canhões e brinquedos.

O moço de amenos é o mesmo em azedos

e vê que se altera seu tom de importância

conforme o matiz da fugaz circunstância.