Dolências
Esperança que n'alma faz teu ninho,
Nesta vida de angústias e de dores...
Sois o sol que doira em meu caminho,
Redolentes pétalas de flores.
E envolto nessas dores a vagares,
No silêncio atro das madrugadas...
Vi ficarem, pulcros meus sonhares,
Para trás como rosas desfolhadas.
Eu que trago no meu peito calado,
- Pra reviver lembranças doutrora -
Antigas imagens do meu passado...
E meu fado, merencório, hás de ser,
Pra lembrares no silêncio d'aurora,
Doce a melancolia do entardecer.