Névoas
Como um fantasma que vaga calado,
Nos ermos flóreos que a vida lateja;
Vestiu-se de tristezas esse prado,
Nas horas em que a bruma os ares beija.
Vi no céu, surgires, o astro doirado,
Num silêncio eternal de realeza...
Com teu brilho em brumas amortalhado,
Iluminando a grande natureza.
Prados que a tristeza silente campeia,
Quero sentir o frio dos tempos idos
Na chama da saudade que incendeia...
Névoas que surgem vagarosamente,
Pranteias minh'alma no peito dorido
Olhando-lhes partirem tristemente.