Sou miragem

Sinto o estágio da minha passagem,

Na velocidade e horas em consumo,

Mesmo se ando corro ou durmo,

Neste fantasioso mundo sou miragem.

Vasto de estranhas estranhezas,

Meus olhos buscam o quê de tudo,

No análogo desespero que contudo,

Tento ir mais fundo em suas profundezas.

Vasta saudade de enredos e tormento,

Nas mares sombrias do meu desalento,

Estou entre sua cruz e sua espada.

Aqui e ali vislumbro o seu futuro,

escarcéu nas correntes do seu jugo

acabando por fim o tempo da jornada.