Tela de Pedro Schirato (Franca SP)

 
       
       DESOLAÇÃO


    Há em mim um trágico naufrágio:
    Ondas  violentas: rebentação,
    Desmoronando sonhos no porão,
    Destruindo velas brancas e adágios.

    São como pestes negras em contágio,
    Dilacerando minha vida e coração,
    Criando sombras e perturbação,
    Retirando de minh'alma o apanágio.

    Vou tentando acordar do pesadelo,
    Que varreu a razão da minha vida,
    Sem aviso prévio, sem despedida...

    E o meu amor repleto  de desvelo,
    Se derrama, em lágrimas sentidas,
    Gemendo, sem paixão e sem guarida!


                
             
              
Agradeço a bela interação do poeta

         

                      NÃO ERA AMOR
    
Meu coração vazio perde no ar teu cheiro,
Grita de saudades, ilhado de tua presença...
Perde-se por paixão e nela, põe-se inteiro,
Distante da razão que o amor vira doença...

Sonha sobre as águas com os pés n' areia,
Afogado no sentir sem ritmo ou compasso...
As ondas sedutoras, da mulher que anseia,
Moldam indiferenças, pondo dor no abraço...

Promessas no ouvido, soaram como falsas,
Reduzindo efeito de aparências fascinantes,
Para um sentimento moldado em ressalvas...

Se nossos corações fossem belos amantes,
Não víamos ninguém, o resto, iria às favas...
O céu nos receberia, por eternos viajantes...


                                            (Reedição)

         
                    
       

 
Adria Comparini
Enviado por Adria Comparini em 02/05/2020
Reeditado em 03/05/2020
Código do texto: T6935595
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