SOMBRIO AMOR

E agora eu me procuro em cada olor,

qual pétala esquecida pelo instante.

Assim, a letra mestra, a mais brilhante,

perdeu o brilho, o encanto, a vida; o amor.

Por muito procurei-me em teu semblante,

qual colibri que sempre beija a flor,

coopera co'o florir, seja onde for,

ainda que a roseira não se encante.

Talvez o meu destino cumpra um rito

e a letra renegada, sem ventura,

viveu um amor maior que o infinito.

Talvez de tanto amar perdi meu brio.

O escuro travestiu-se de brancura

e todo o meu amor se fez sombrio.

Jean Marcell Gomes Albino
Enviado por Jean Marcell Gomes Albino em 04/05/2020
Reeditado em 04/05/2020
Código do texto: T6936911
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