COM A ALMA NA JANELA

A tecla, a corda, um trinado cru e, jaz

Apita com boca de bossa e pressente

Fórnice da lâmpada que o rio perfaz

Plenitude tem seu cancro, enchente.

Outrora, foram tais os sentimentos

Mas, pára lá! Exigindo à lua coxa...

Ressarcidos, opérculos macilentos

Minha alma inverossímil ou roxa?

Nem sempre hei de saber um vinho

Em noites emolduradas, relincha o cão

Atravessando cega rótula, de mansinho

O nevrálgico cis – amplo – o vergalhão.

Como fosse eu, aquele mesmo recado

Em cuja alcunha far-me-ia de honrado.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 14/10/2007
Reeditado em 24/04/2008
Código do texto: T694243
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