Cântico
No alto, doirados tons olhares prendem,
E seguindo ave branca o seu fadário...
Das árvores mortas as folhas pendem
Merencórias tal poente solitário.
D'angústias vestem-se esses verdores
Sob o brilho d'um astro entristecido...
Florescem, redolentes as flores,
E d'alma se ouve o cântico sentido.
E os dias lentos morrem como um arpejo,
Nesses flóreos trilhos onde as lembranças
Cantando foram com o teu cortejo.
Docemente cai a noite, e a saudade
Que o peito fere nessas andanças,
Visitar-me vem na fria soledade.