N'augusta Solidão

Assim eu via tu, nas brumas serenas

Que partindo vão como essa vida;

Branca da cor das belas açucenas,

Qual princesa no leito adormecida.

Ias tu, lua silente a iluminares

Na noite bela meus sonhos pulcros...

Noturna ave pelo ar a voejares,

No silêncio soturno dos sepulcros.

Oh! Aqueles tempos idos, risonhos,

- Minh'alma de saudades repleta -

Hão de ficar um dia nesses tristonhos.

E o olhar a perder nos astros etéreos...

Como disseste, outrora, Augusto, o poeta,

N'augusta solidão dos cemitérios.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 16/05/2020
Reeditado em 16/05/2020
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