N'augusta Solidão
Assim eu via tu, nas brumas serenas
Que partindo vão como essa vida;
Branca da cor das belas açucenas,
Qual princesa no leito adormecida.
Ias tu, lua silente a iluminares
Na noite bela meus sonhos pulcros...
Noturna ave pelo ar a voejares,
No silêncio soturno dos sepulcros.
Oh! Aqueles tempos idos, risonhos,
- Minh'alma de saudades repleta -
Hão de ficar um dia nesses tristonhos.
E o olhar a perder nos astros etéreos...
Como disseste, outrora, Augusto, o poeta,
N'augusta solidão dos cemitérios.