Versos Tristes
Como o verso que n'alma se revelas,
Enquanto bradas na noite o mistério...
Surge a centelha entre negras trevas,
E a névoa que vagueias no cemitério.
Fria, toca-me, tua mão sobre a fronte,
Dama que passeia neste solo ermo...
Meu peito que por dentro está enfermo,
Choras num alvor eterno o horizonte.
Melancolizas em meu destino,
A sinfonia de um velho violino...
Ah! Quantos sonhos que aqui já enterrei...
Velha sombra que me segue a vagar,
Um dia, certamente, hei de te contar,
Nos versos tristes que de novo eu farei.