YPÊ

Esse ipê cujo a sede assola os galhos,

Foi quem deu tantas flores as calçadas,

E hoje vive a expelir seus brotos falhos

No seu tronco de cascas enrugadas,

Foi refúgio aos casais sem agasalhos,

Testemunha das juras declaradas

Viu amores tão frágeis feito orvalhos,

E outros tantos vencendo as enxurradas,

Decadente, hoje vive deprimido

Ao lembrar tanto tempo tem vivido

E também que o vigor dele sumiu

Sem ninguém para dar-lhe de beber

Brevemente o seu tronco irá morrer

Igual tantos amores que ele viu.

Sd Lucas Mendes
Enviado por Sd Lucas Mendes em 26/05/2020
Código do texto: T6959058
Classificação de conteúdo: seguro