YPÊ
Esse ipê cujo a sede assola os galhos,
Foi quem deu tantas flores as calçadas,
E hoje vive a expelir seus brotos falhos
No seu tronco de cascas enrugadas,
Foi refúgio aos casais sem agasalhos,
Testemunha das juras declaradas
Viu amores tão frágeis feito orvalhos,
E outros tantos vencendo as enxurradas,
Decadente, hoje vive deprimido
Ao lembrar tanto tempo tem vivido
E também que o vigor dele sumiu
Sem ninguém para dar-lhe de beber
Brevemente o seu tronco irá morrer
Igual tantos amores que ele viu.