Quem és, senão Deus, ó majestosa

Quem és, senão Deus, ó majestosa,

D'oiro cobre os verdores com teu véu.

E vais, lenta como a ave maviosa

Que nas tardes voeja por este céu.

Tráz o silêncio das frias madrugadas

Que se foram no raiar da luz nascente...

Melancolias de noutes enluaradas,

Pulcritude das flores redolentes.

Oh! Das flores em meio a névoa que chora,

Quando d'haste murchas pendem n'aurora.

Lamentas solitária quaresmeira...

E sob o vento que nos vales corre,

Vós, ó manhã, silenciosa morre,

Como um suspiro na hora derradeira.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 30/05/2020
Código do texto: T6962692
Classificação de conteúdo: seguro