Sombras que cobrem este meu caminho

Sombras que cobrem este meu caminho,

Do tempo as marcas no rosto eu senti.

E hoje, arvoredo velho, aqui sozinho

Percebo que também envelheci.

Lembrança que para trás lá ficaste,

Pelas tardes brumosas esquecida...

Guardei-lhe, no peito, que se tornaste,

Relicário de histórias desta ida.

E o anjo que velas este meu fadário,

- Quando partem as brumas n'alvorada -

Vês que ando tristuroso e solitário.

Ah! Como o arvoredo quando anoitece,

Vendo no céu partir a passarada

Envolto no silêncio d'uma prece.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 04/06/2020
Reeditado em 24/12/2020
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