Sombras que cobrem este meu caminho
Sombras que cobrem este meu caminho,
Do tempo as marcas no rosto eu senti.
E hoje, arvoredo velho, aqui sozinho
Percebo que também envelheci.
Lembrança que para trás lá ficaste,
Pelas tardes brumosas esquecida...
Guardei-lhe, no peito, que se tornaste,
Relicário de histórias desta ida.
E o anjo que velas este meu fadário,
- Quando partem as brumas n'alvorada -
Vês que ando tristuroso e solitário.
Ah! Como o arvoredo quando anoitece,
Vendo no céu partir a passarada
Envolto no silêncio d'uma prece.