Soneto dos quatro versos perdidos

Hoje, quatro versos já me escaparam

Quatro versos quase a falar de amor

No caminho do banho, eles jorraram

Cantando certas coisas de valor

Eu tive pena e não tive caneta

Para anotá-los nesse caro instante

Então, escaparam em silhueta

Não me ficando nenhum semelhante

Quatro versos já são esquecidos

E na eloquência desse meu semblante

Vestígios só restam dos versos idos

Eu tive perna e não tive cabeça

Para anotá-los ao serem ouvidos

Logo se foram... talvez eu mereça!