À Lua
Quero-te, oh! Lua! A fase não me importa
Mas mesmo ao alcance dos olhos e da mão
Estás tão distante da alma e do coração
Que para chegar a ti não encontro porta.
Tu, que aos poetas tão bem pertence
Podias ouvir-me os sentidos clamores
E trazer alento a tão duras e cruas dores
Deste que à solidão não vence.
Tu, que dos românticos és o desejo
Devias trazer-me o teu amoroso alento
Pois alcançar-te é o que mais tento.
Porém, assim tão distante, o que vejo
É que dos solitários és meta sem fim
E este teu lado é que destinaste a mim.
Cícero – 07—06-2020