MIUDEZAS

Se sentires a brisa solta a tiritar na tua janela

A trazer-te a flor miúda que do tempo se soltou...

Abre o peito ao teu sentido que ao léu te acorrentou

Ao destino das floradas represadas nas tramelas.

Se no céu do teu horizonte há a tarde que flutua

Dentre cores da aquarela seu doce ofício sazonal

Não precisa ser imenso o teu ato de ventura!

Basta apenas um teu aceno à Natureza angelical.

Se o ansiar dum passarinho saudoso de revoadas

De repente te lançar seu fraco canto em decibéis

Tua alma atapetada seja-lhe o pouso de chegada!

Voz do tempo consagrado aos teus sonhos mais fiéis.

E em meio à correnteza dessas horas amordaçadas

Sê qual voz das miudezas:só grandeza...sem revés.