À MEIA-LUZ
Silva Filho
(Transposição de Textos Antigos)
 
 
À meia-luz... jazia nosso ninho
As persianas balouçavam em aceno
Duas taças já tingidas com o vinho
E um bolero borrifando seu veneno.
 
Prelúdio... foi um cálice de carinho
Garimpo em especial terreno
Acordes pelas cordas de um pinho
Um mundo de magia... tão pequeno.
 
Murmúrios perfilavam os segredos
O amor já escorria pelos dedos
Seguindo ritual estonteante!
 
Volúpias despejaram-se no leito
Dois corpos se fundiram peito a peito
Por fim... naquela cama trepidante!