Soneto ao desamor

"Eu te amo", ele não dizia.

Tentava, mas não saia nada.

Tais palavras lhe eram hipocrisia.

Tinham o peso de uma tonelada.

Quem ainda de paixão morria

a sós, murcho, pela madrugada?

Isso de dar o coração de nada lhe valia!

O egoísmo do amor era-lhe uma piada.

Dedicar juras eternas? Que coisa vazia,

pois nada no mundo tanto duraria,

que a sina da humanidade é desgraçada.

O amor que é rocha, se perde na ventania

e a paixão que é imponente, morre na orgia.

Deixem-no sem amor, sem paixão, sem nada.

O Bêbado
Enviado por O Bêbado em 22/06/2020
Código do texto: T6984366
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