PORTARIA DO CORAÇÃO
Silva Filho
(Transposição de Textos Antigos)
 
 
Dir-te-ei dos desejos, dos ardis, dos devaneios
Das loucuras, dos sonhos... desatinos...
Nesses versos que têm sido peregrinos
Carregando na bagagem meus anseios!
 
Dos poemas restam sons – plangentes hinos
Sinfonias que não passam de gorjeios
Nesta mata de palavras em rodeios
Há também mil amores clandestinos.
 
Coração... sem portão e sem tramela,
Sem crachá, sem fichário, sem cartão...
Quem invade... só conheço como ELA!
 
Sem controle... jamais tenho a lotação
Faço contas irreais pela janela
Sem ao menos segregar a ilusão.