Um porre de saudade!

Saudade, esconderijo do outrora.
Caminho entre a lágrima e o riso,
por onde viajei e, só por isso,
eu sinto esta saudade como agora!

Como fosse um adeus que foi embora,
um regresso que nunca vai voltar!
Como dormir na hora de acordar,
só pra poder sonhar fora de hora.

Como beber e não se embriagar,
para que sóbrio possa enfim beber,
até o coração cambalear...

E, de saudade, vir a enlouquecer.
E, enlouquecido, assim, possa ficar
de porre até querer não mas querer.

E cochichar meus versos, junto ao mar,
por sobre a bruma triste do meu ser.
 
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 10/11/2005
Reeditado em 17/02/2020
Código do texto: T69875
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