VERSOS LIBERTOS
Eu quero a poesia flutuando
por entre versos meus, despidamente,
a se espraiar no mar, ao vento brando,
sem rumo, por acaso e displicente...
E não determinar sentido ou mando
nas emoções que todo humano sente;
e o faça estar, a todo, inteiro, amando
o ardor e a luz de ser, ao sol, vivente.
Eu quero a poesia que transcenda
vocábulos, vernáculos, se ascenda
e leve os versos meus, a aconchegá-los.
E contemplar, libertos da autoria,
meus versos revoando na poesia,
até ser impossível alcançá-los.