DESEJO
Troque o desejo pelo tempo e não reclame...
Assim te dou uma rosa, que espeta o dedo.
Jogue-a contra mim, não seja infame
Nem tudo que se joga espeta, nem a degredo.
Assumo o erro, e me jogo na peça
Onde o roteiro é dádiva repentina.
Não a eu, veio por mim e essa
enxurrada vermelha, ou sina.
Rogo o seio à forma humana divina:
Que se desprende, pende e tende
A se grudar na hora que passa, menina,
E não o beijo que morde independente.
Quer-lhe a paisagem detrás
Ou a dupla verdade traz.