Revoada silenciada

Ouvi do pássaro lindo canto

Não o sabia triste, pela monogamia

Só apenas ele rompia, o silêncio

Distante, na tarde, enquanto o sol escondia

Quando soube de sua dor, do seu lamento

Tanta ternura em gorjeio, repicante

Que antes tanto me alegrava no tempo

Era só saudade dá ave, que vivia seu tormento

De tão completa expressão imponente

O imaginei guerreiro, cantando seu hino

De vencedor das legiões dos dias idos

Más cantava o fim, de uma ave caída

Ao pé dá arvore florida, apodrecida

Sua companheira que jamais o ouviria.

Kiko Pardini