Soneto a Aline


Brilhará sol, rompe a aurora.
Abrem-se dois olhos tristonhos.
Correntezas levaram os sonhos,
Nos lábios o sorriso, não mais aflora.


Sim, tinhas o ardor, a pureza das flores.
A pureza resguardada outrora;
Impiedosa levada embora,
Pela ânsia tentadora dos pecadores.


Entregaste teu corpo puro, nunca tocado,
A ímpetos de mãos viciosas;
Por prazer compelida ao pecado


Em ardentes horas amorosas.
O sol já brilha Aline,
Mas, não és mais pura como as rosas.