ROSA RARA
E nos primeiros indícios de primavera,
Que os espinhos rasgam-me a carne crua.
Expondo sobre a minha pálida pele nua;
As pétalas, abraçam-me; transmuta-me a fera.
Nasço entremeio as rochas e desertos;
Não sou uma rosa comum, rara de candura.
Possuo o excesso da fragrância que perdura
Venho de sonhos, de caminhos incertos.
Sou uma poesia nascida da saudade...
O último toque do verão, o beijo do inverno;
O breu que alcançou o ser em dura brevidade.
E quando todas as estações acabam…
Resta-me a solidão de quem nunca partiu;
O céu e todos os astros que sobre mim, desabam.