Assim será


Verás, que como o passar de tempo breve,
Toda esta paixão ficará pousada;
Na árvore do passado que já desfolhada,
E nem da saudade, terás toque mais leve.


Minha lembrança, hoje, desfraldada,
Pousada na superfície, se decretará como neve.
E ao calor da mão que hoje me escreve,
Pendida a caneta, pro chão será jogada.


Então verás, que na vida nada existe;
Tão pura amizade que posta de lado,
Foi apenas uma pedra, em castelo tão triste.


Ruirá teu sonho, e eu ali postado,
De braços abertos, devolvendo-te o que não vistes;
A amizade tão pura, que não se chama pecado.