Espere


Queres ver-me trôpego e combalido
Implorar, a ti, sedento de desejo,
Aquele, furtivo, e eterno beijo
Imaculado, já a mim oferecido.


Queres ver-me em um quase desgraçado,
Suplicando-te com alma em pedaços
Que me aqueças sempre entre teus braços
Alcova onde me fiz repousado.


Queres ver-me do orgulho despojado,
Sentido no rosto a bofetada
Desferida por esta mão amada.


Verás meu rosto duro e cansado
Baixando o tumulo onde ficarei.
Então sim, verás, eu te implorarei.