Torrentes

Opacos teus seixos sequer rutilam

Ao zênite flâmeo do sol mais forte

São uivos que teu leito destilam

Passando co'o manto de morte

Umbrosos tons que teu seio agitam

Aniquilando qual o vórtice norte

Amantes cegos que em ti transitam

Em maldição de teu excelso porte

E eu, vendo-te ainda, beijei teu manto

Submergi no caos de tuas mágoas

Fundindo-me em ti deliberadamente

O solo fero, teu inimigo, no entanto

Tragou a serra onde rolavam águas

Matando-nos simultaneamente..

Anac Rocha
Enviado por Anac Rocha em 14/07/2020
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