Íntimas Memórias
Como um coveiro a sepultar quimeras!
Augusto dos Anjos
Como um coveiro a sepultar quimeras,
Solitária minh'alma aqui já foste...
Relembrando das prístinas eras,
Triste, no silêncio d'uma triste noute.
Revivendo tão íntimas memórias,
Por esses velhos campos, solitário...
Vibraste tu, como num campanário,
Ao som de badaladas merencórias.
E hoje, vendo sem astro o céu etéreo,
Vejo-lhe, ó vida, frágil como uma flor
Na frente deste velho cemitério.
As pétalas perdendo, o charme e a cor,
Próxima de seu préstito funéreo
Exalando ainda os aromas do amor.