Soneto Plebeu - metrificado - decassílabos agalopados
Soneto Plebeu
(Poeta Felipe Amaral)
Não sou príncipe, súdito ou burguês,
Sou poeta a vender mil bugigangas.
Se há valor nos meus versos, as missangas
Comerciadas por mim também têm vez.
A nobreza que tem o camponês
É aquela que tenho, sem as gangas
Da soberba das rixas e das zangas
Que os reis nutrem, pois é de outro jaez.
Não pretendo prender-te, amor, em laços
De vaidade e tentar, via embaraços,
Coagir-te a me amar nesta existência.
Meu desejo é que queiras meu amor
Por aquilo que sou, não por me impor
Com o orgulho opressor da opulência!