As vezes eu me sinto como um ser ctônico
Sentenciado por uma impiedosa deidade,
A vagar para sempre como um anônimo,
Procurando eternamente uma identidade.
 
E sem desejar ser cínico e nem sardônico,
O que eu quero é poder me dar um nome
Sem precisar de código nem pseudônimo,
Para que em mim se reconheça o homem.
 
Pois na prática vivo como se fosse biônico
Comportando-me na medida de um plano,
Que foi gerado por um cérebro eletrônico;

Mas a alma é como os animais hipônicos;
Não se contenta com o que é só humano,
E gesta em mim esses seres antagônicos.