Cantais ainda, ó voz das velhas árias

Cantais ainda, ó voz das velhas árias,

Nesses ermos serenos dos fadários.

Se foram para as ruas tumulárias,

Senhoras tristurosas dos rosários.

Andais a alma p'la estrada cantando,

Saudade nos meus versos a teceres...

Pela estrada ao lembrares pranteando,

Fragrâncias de outros anouteceres.

Ah! Da minha infância leda, n'alvura,

Hoje, vendo-te, vida tristurosa,

Que me resta senão a sepultura.

Hoje que as dores do peito eu derramo,

Aves do bosque, dos campos a rosa,

Ai, perdoai-me vós ainda eu vos amo.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 29/07/2020
Código do texto: T7020052
Classificação de conteúdo: seguro