SE EU MORRER AMANHÃ...

Se eu morrer amanhã...

Ninguém irá se lembrar

Nada de mim irá restar

Nem a caridade cristã!

Irão todos festejar...

Ao lado do meu caixão

Num festim quase malsão

Irão sequer lamentar!

E, num acre deletério,

Levar-me-á ao cemitério,

Para o corpo enterrar;

Numa cova funda e fria,

Qual funerária sombria,

Para sempre irei ficar!

Até que se complete inteira

Degeneração putrefata

O verme psicopata

Dessa terra carniceira...

Mastiga, engole, come,

Com apetite voraz...

Roendo os ossos, quer mais!

Mata a sede e a fome...

Na sombra dessa ossatura,

Jaz a treva mais escura,

Permanece a agonia;

Embora, com a alma liberta,

Com a sepultura aberta,

Abraço a monotonia!

Oliveira Vilma
Enviado por Oliveira Vilma em 02/08/2020
Código do texto: T7024024
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