PAGODE DOS SONHOS
Requebro de menina-moça explode
Naquele corpo já de meia idade
E quem vê a ginga quer intimidade,
Se pensar noutra coisa ninguém pode.
Exalta a flor que cheia de vaidade
E envolta em volúpia se acode
A um ramo que sujeito à tempestade.
De sons em descontrole se sacode.
As pétalas da boca bem vermelha
Abrem-se à minha boca de abelha
Para o mel de seus lábios apurar.
E entre estalos de beijos, som letal,
Ingresso no pagode de quintal
Dos sonhos onde a vejo requebrar.