Pressentimento

Eu não sinto nada, embelezo;

O nada agora é dor, escondida rezo;

Vivo a espera do calor ao amanhecer

Procuro alento, paz ao meu incerto querer.

Caio das nuvens sem precisão;

Devem ser causas estranhas pensadas em vão;

Meu íntimo mergulha numa espécie desorganizada;

E sem resgate, admiro os versos da bela malvada.

Alma colorida acredita e chora;

Pequenina sou e nada chega;

Nada no mundo fica, vai embora.

Sei que anuncio o complemento final;

Duvido do adversário, do medo em mim;

Apresento assim, meu meio mais fatal.

cléo
Enviado por cléo em 20/10/2007
Código do texto: T702588