Soneto da mentira.
Soneto da mentira.
Fui aprisionado por um spectro,
Que veio das nuvens pelo vento;
Desde a net e dos confins do medo
A corromper o débil pensamento.
Das sendas da mentira e do espanto,
Do horror de uma palavra desgarrada,
Que sai da boca cega e sem destino
E cala os corações por quase nada.
Dilacerando o mundo sem piedade;
Sacrificando a luz, engole as trevas,
Regurgitando assombro na cidade.
,Sem rosto, sem o ardor de vida pura;
Sem nada pra dizer, mas não se cala
E embala a solidão a criatura.