PLENILÚNIO

A rubidez desmaia na garganta

da vastidão que chega esfomeada,

arrasta a língua, lambe toda a arcada,

envolve o fogaréu e se agiganta.

Na mesa do banquete, a musa encanta,

saúda mil sorrisos, venerada,

oscula a névoa e exulta, coroada

senhora do negror que se levanta.

Ao longe, rostos cheios de mistério

enlaçam a beleza deste império,

tornando-se molduras lapidares.

Em meio a juras, toques e carências

os namorados dizem confidências

no céu da noite preso em seus olhares.