PRESENTE
Dos olhos bastaria a piscadela
E da boca, o mais leve sorriso.
Das mãos, um toque mesmo indeciso
E dos braços, discreta apertadela...
Da cintura, encostada sem aviso
E das pernas, um toque na canela,
Dos pés quem sabe uma pisadela
E do mais, o mais que o paraíso...
Tudo o que há em ti me agrada tanto
Que se me dizes não ter nada me espanto,
Se a teus dons ninguém fica indiferente.
E se dissesse até não te dou nada,
Querendo ou não ser algo engraçada,
Seria o ar da boca o meu presente.