ÁGUAS DOURADAS

Na mansidão da face de um gigante
o facho pinta sua despedida
e estende a labareda guarnecida
pela coroa rúbea, flamejante.

O céu crepuscular sorri, bailante,
nas águas colossais e tem dormida
em meio à festa sempre oferecida
no fim de uma jornada exuberante.

Cardumes, botos, troncos, matagais
passeiam entre as nuvens vesperais,
ornatos de um colar, na ribanceira.

O sol poente encanta e me extasio
na curva mais charmosa deste rio:
aplaudo Porto Velho e seu Madeira!