Meus mais Recentes Sonetos de Amor - decassílabos agalopados

Soneto ao que quer amar

Poeta Felipe Amaral

Para amar-se com tal profundidade

É preciso encontrar-se uma mulher

Que se prenda à paixão maior que houver

E que a expresse com toda a seriedade.

Que se deixe levar pela verdade

Que a poesia romântica vier

Revelar, sem desconfiar sequer

Um instante da sua validade.

Que o seu corpo ofereça em sacrifício

Ao prazer sem temer qualquer suplício

Que desse ato derive; e, assim, descanse.

Que sua alma se integre à alma alheia

Que a envolve, reveste e incendeia

Com o ardor passional desse romance.

Soneto "Metáforas do Amor"

Poeta Felipe Amaral

Como ventos de inverno na folhagem,

Brisa mansa que move os teus cabelos;

Como um sopro suave ante a aragem,

Meu amor te envolveu em ternos zelos.

Como o idílio descreve doce imagem,

Como a ode se exprime em mil desvelos,

Como um epitalâmio, uma mensagem

De união, meu amor fez seus apelos.

Adentrei o vestíbulo do peito,

Caminhei rumo à alma e fiz-me afeito

Ao teu "eu" de imaginações em flor.

Satisfiz teus desejos sensuais

E prendi-te co'os elos passionais

Da corrente das emoções do amor.

Soneto ao amor achado

Poeta Felipe Amaral

Eu recordo que estavas a passeio

Por aquela avenida colossal.

Destacava-se o teu olhar em meio

Aos olhares sem brilho do pessoal.

A distância, eu fitava sem receio

Teu semblante em sorrisos no final

Do percurso e tornava, em um rodeio,

A buscar tua face angelical.

Mesmo havendo bastantes pretendentes,

Eu me via como o único capaz

De os teus sonhos de amor realizar.

E, deveras, diante dos presentes,

Foi a mim que a tua alma perspicaz

Quis doar-se, juntar-se e se entregar.

Soneto ao amor da hebetude

Poeta Felipe Amaral

A tua alma guiou-me até aqui.

Vim dizer-te o que sinto e o que penso.

Meu espírito se encontrava tenso.

O meu corpo ansiava em frenesi.

Não consigo viver sem teu intenso

E ardoroso prazer. Não o esqueci.

Sou adicto! Esse néctar que há em ti

Encarcera o meu ser e eu perco o senso.

Se me foges, tristonho permaneço.

Se me deixas, eu nem me reconheço.

Se me envolves, eu torno a ser feliz.

Dá-me o teu coração, amada minha!

Desfrutemos do amor vivaz que alinha

Nossas almas aos sonhos juvenis!

Soneto ao amor que cura

Poeta Felipe Amaral

Neste mundo tomado de aflições,

Teu amor é a única razão

Que possuo pra ter satisfação

Frente às dores das peregrinações.

No teu riso eu encontro condições

De poder divisar uma visão

Que permita ao meu pobre coração

Alegrar-se ante infindas frustrações.

Uma poção do amor administrada

Por teus lábios mantém revigorada

Minha alma que, em lágrimas, se via.

A magia do teu carinho faz

Com que eu viva feliz e encontre paz,

Mesmo quando a tormenta me assedia.

Soneto aos amores incertos

Poeta Felipe Amaral

Que seríamos joguetes do destino

Há quem diga, porquanto nossa vida

Seja um misto de interações em lida

Que sujeita o vivente ao desatino.

É que tudo acontece e eu não defino

Uma forma, um padrão e uma saída

Para as coisas que moldam a partida

E a chegada de dores que escrutino.

As paixões, os amores e emoções

Vêm e vão iguais às ondulações

Do oceano chocando-se em rochedos.

O viver é um mar que ora serena,

Ora agita o seu dorso e nos condena

À incerteza dos risos e dos medos.

Soneto ao sofrer de amor

Poeta Felipe Amaral

Enlouqueço se não avisto quem

É o escopo de toda a minha busca:

Branca estrela que no atro céu corusca;

Viva chama que ardente se mantém.

Corro, clamo, suplico por meu bem.

Faço cena, desmaio, se se ofusca

A esperança de vê-la. E sofro brusca

Perda de ânimo e o ser não se contém,

Vai ao pranto, lastima e permanece

Nessa dor que não finda, e desfalece

Numa cama vazia e solitária.

Só seu corpo é remédio para o mal

Que me aflige e me faz quedar em tal

Situação tão precária e mortuária.

Soneto ao amor devocional

Poeta Felipe Amaral

O meu zelo por ti é tão imenso

Que até chega a beirar religião.

Não consigo dormir no meu colchão

Sem a tua presença e fico tenso.

Quando tu estás perto, o medo eu venço;

Quando tu estás longe, a apreensão

Manieta-me e não acho razão

Pra sorrir, mas à dor me acho propenso.

Quando chegas em minha residência,

Radiante me vejo, em decorrência

Da energia que emana do teu ser.

Sou devoto dos teus olhos escuros

E, aos teus seios, eu fito os lábios puros

Nos quais selo os momentos de prazer.

Soneto ao amor de colibri

Poeta Felipe Amaral

Entre as rosas, achei um colibri

Solitário à procura de uma flor.

De uma flor específica de cor

Tão marcante que havia por ali!

O jardim, da Deidade era um croqui,

Transpirava poesia, paz e amor.

E o vivaz colibri buscava por

Essa flor que abarcava o Todo em si.

De oscular a doçura labial

De tal inflorescência divinal

Tinha louca vontade o passarinho.

Entre espinhos, achava a flor mais bela!

Machucado, alcançando-a, pôde dela

Ter o beijo e quedar-se em seu carinho.