A desilusão é uma ilusão experimentada.

A ilusão é um sujeito um tanto quanto mentiroso e esquisito.

Vive de enquadramentos futuros, também chamados desejos,

Que parecem reais aos seus olhos, mas não passam de um rito.

Busca pelo mundo real alguém que lhe dê só apreensivos beijos.

A desilusão, que é sua irmã antagonista, é verdadeira e charmosa.

Descansa sob o piso duro de uma lápide, não chora e não lamenta.

Aproveita todo o difícil axioma do universo, sem se sentir ansiosa.

Age como um cirurgião em ação: corta com o bisturi que ostenta.

Do embate entres essas duas criaturas rivais, prevalece a segunda.

Não porque a realidade seja soberba e os sonhos apenas vagueiem.

Simplesmente: A ilusão requisita uma compreensão mais profunda.

Enquanto a desilusão profana não carece de exegeses: é moribunda!

E, diante desse falso dilema, a ilusão é a morada dos fortes: sonhem!

Apesar de saber que sonhar demais nos leva para os abissais:circunda!