Esquivo
Você, dualidade entregue ao suave
Também ao toque invisível, de encanto
A mim, o mundo em volúpia quase entrave
Ao crepúsculo que encobre o rosto em manto
Você, só você, amargamente doce
Voa nos meu sonhos qual fantasia irreal
E seu olhar, como se cansado fosse
Fulgura a imagem reflexa do quase ideal
E eu? Qual designo cumpro? Tenho um?
Sou inteira indomável, quase fera ferida
Na alma ungida mas de lugar nenhum
E assim aporto em terra fértil, virgem
Do afeto incondicional a ti conferida
Enlouqueço com a tempestade à margem.
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