INDIFERENÇA
De verdade, sinto muito, agora é tarde,
Nada mais me consola ou me atormenta,
Sou formiga no meio da tormenta,
Que fenece, na lama, sem alarde.
Paciência, sinto muito, agora é tarde,
Nada mais me machuca ou me acalenta,
Se a noite é fulgente ou nevoenta,
Ou se o sol é ameno ou se me arde.
Não duvido da crença de ninguém,
Porém isso não quer dizer também
Que desacredito da ciência.
Quando morrer deixo nada, pois sou só,
E, se nada houver, depois da vida viro pó,
Mas, se houver, vivo de novo - paciência...