Mística Dolência
Desmaia a noite. Lenta nasce a aurora,
Silenciosa nas brumas d'alvorada...
Manhã fria onde s'escuta lá fora,
Rumores de folhas pela calçada.
Silêncio das flores que o vento beija
Ao cântico das aves maviosas...
Traz-me, o vento, qu'esses vales andeja,
Eflúvios dessas flores olorosas.
Anda comigo nesses campos vários,
- Ó estrela que permeias n'alvura -
Solitude dos seres solitários.
A dor dos corações espedaçados,
Essa mística dolência, essa agrura
Dos poetas, dos tristes, dos desgraçados.