O MENINO

Atrás de um garotinho que corria

na rua de cascalho, em vão, também

corri o quanto pude, mas ninguém

acompanhar-lhe o passo poderia.

De igual maneira, as cores da alegria

em meu olhar lançavam seu desdém,

fugiam dos apelos de um refém

daquele resplendor que fenecia.

Brinquedos eu perdi, precipitados

no abismo onde definha a formosura

dos dias pelos ventos devorados.

O asfalto que recobre a sepultura

dos tempos outra vez rememorados

desfaz um sonho cheio de doçura...